Vá se catar!
O que acontece com esse organismo que começa a esvaziar tanta lágrima? Os meus vasos, então, um terno e lindo vazamento? O sangue, aquela gota que impulsiona as lágrimas a saírem no lugar dele. Eu preciso entender essa sede de purificação dos pensamentos que visitam os pesadelos nessa, mais uma, eterna madrugada. Mais outra. Quantas mais?
Onde estás? Novamente. Cadê meu corpo que te cata e não deixa a tua boca grudar a espuma de algumas cervejas? Egoísta. Cadê meu corpo que fica perdido nesse caminho distante, nesse tinto seco que entrego apenas aromas do vinho? Duas bebidas, não estava a fim.
Cadê a força e seus adereços? O bíceps é o “monoceps”. Pra que saber? Falta-me a humildade pra resgatar. Só quero que eu voe bem longe de mim. Desprender. Sem catar cada soluço que já saiu, sem catar cada lágrima que já escorreu no ralo em prantos ao banheiro, sem catar os chocolates que tanto caminhei para achar o mais amargo, o gostoso, para você morrer devagar, aos meus braços, com nossos abraços soltos.
Agora que já te chamei no intervalo de um soluço e outro… Que já estou quase imaginando nossa respiração ofegante em trocas de ar… Que já te catei no outro canto de uma cidade por fios de alguns números… Agora que já me avisou que está prestes a sair catar gente em mais uma noite, eu é que vou me catar!!!!!! Boa noite. Ahh, vá se catar também!